Estava em meu corpo mortal, caminhando em um terreno, um local que apesar de estranho, parecia um tanto quanto familiar avisto uma cidade ao longe sinto o cheiro de terror e destruição que os ventos me trazem. Não muito longe de mim, estavam aqueles que caminham ao meu lado desde outras vidas terrenas,fies seguidores. Não sendo caídos ou até mesmo meus antigos irmãos, o elo se mantém firme por eras.
de longe avisto o emaranhado de criaturas,posso sentir suas ambições,a sede pelo poder,seus pecados,cheiro podre,Mas eu sabia que cada qual possuía sua missão, mergulhando nos intricados corredores de um labirinto moldável.
o Destino sabia o que fazia e era chegado o momento de algo mais ser resgatado.
Risadas. Jovens que se aglomeram em suas tribos de orgulho arraigado em seus incautos passos. Minha forma humana era necessária no momento em que encontrei aquelas formas de vidas, é hora da colheita.
O Abismo revolvia-se mais uma vez em suas entranhas, no reinado que me pertencia,ao sentir o cheiro das almas confusas que como trigo serão ceifadas e colhidas quando for a hora.
Um reinado obscuro em suas incertezas para os que caminham e por ali se inspiram. Cerco-os com minhas longas asas negras, respirando seus ares e suas certezas, alimentando-me das sombras que carregam em seu peito, e de suas faces picotadas.
Faces estas que se escondem atrás das máscaras, das mentiras deslavadas que hasteiam como bandeira.
Pude sentir as vozes dos que silenciaram, daqueles que buscavam um abraço, ou palavras de compreensão.
Senti a presença dos solitários, daqueles que se desesperaram, dos que queriam compaixão.
Mas não há mais compaixão em meu peito, muito menos respeito por aqueles que se mantêm fracos.
Em meu reino não há brincadeiras, segundas chances demais, nem como parar o tempo.
No Abismo há eternas batalhas, ferimentos constantes, há sangue demais.
Não tenho tempo para lágrimas derramadas. Não tenho tempo para orgulhos feridos,
Não tenho mais o inexorável tempo, para fechar minhas asas ao redor do mundo que não me pertence.
Afundo minha lamina ao peito dos que aqui mergulham, deixando-os alertados que não há tempo para brincadeiras.
Deixo meus olhos obscuros, qual esfinge insaciável que jamais se matará.
Observo friamente o caótico ambiente,Sentimentos mortais, tolos que se misturam com as sombras do abismo e o ódio fervente dos caídos,
pobres criaturas....Acusações, onde deveria reinar o equilíbrio.
Não posso permitir essa aberração na alteração do equilíbrio
uma terrível batalha estava por vir, uma das mais fervorosas que minha lamina provara.
liberto os grilhões das sombras e cubro o sol com o bater de asas negras,eles surgem como uma onda.
As Asas Negras mais uma vez estavam libertas, para se aprisionarem ao eterno,
buscar, penetrar nas mentes perturbadas, acalenta-las com o negrume que cega, que consola, que abraça, que sufoca..
Sou a Morte... O Início... ou o Fim...
E a todos aqueles que verão um Ser de Asas Negras, que oscila entre dois mundos, Agora compreenderão que certos lacres só são rompidos, após uma morte...
e é a morte que vos dou de presente!
Abram suas asas legião! cubram tudo com seus mantos negros,tomem suas foices em punho,
É HORA DA COLHEITA!
brunocesar Spore
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